• SEJAM BEM-VINDOS!
  • Sobre o Autor
  • Album de Fotos
  • Videos
  • O Livro
  • Despedida

Causos do Getrao

~ histórias aproximadamente reais

Causos do Getrao

Arquivos da Tag: ceará

A Gafe

10 sexta-feira mar 2006

Posted by Getrao in Causos

≈ 1 comentário

Tags

ceará, corno, galo de chifres

Eu ainda estou colhendo frutos do problema de saúde pelo qual fui assaltado. Surgiu num piscar de olhos e me deixou bastante fragilizado. Durante todo esse calvário, recebi mensagens que mostravam a preocupação dos amigos por esse desconhecido contador de causos. Gestos que muito me comoveram. Essas repetidas considerações representam o meu penhorado reconhecimento. Para não ficar mais cansativo esse blá, blá, blá, vamos soprar as cinzas do tempo, avivar a brasa da memória e dar início ao assunto que rege esta coluna.

Esta história aconteceu precisamente a trinta e cinco anos passados. Foi um causo marcante em nossa comunidade, pois, toda a sociedade chique da cidade estava envolvida nos arranjos do evento. Só se falava nas bodas onde dois irmãos iam se unir a duas irmãs pelos sagrados laços do matrimônio. Até o articulista destas coluna foi convidado com sua esposa para se fazer presente no dia marcado dos casamentos.

Muito honrados pelo convite, não poderiamos faltar a esse chamado social. Chegamos atrasados e encontramos o local ja cheio de convidados. Minha esposa foi cumprimentar os pais das nubentes e eu fui procurando me juntar a turma da fofoca. O assunto preferido e mais quente era o “enfeite” que uma mulher estava colocando na cabeça do marido. E esses galhos ornamentais eram o prato do dia… O disse me disse corria solto, e só parou quando a “ví­tima” chegou. O assunto mudou da água pro vinho. Um engraçadinho me intimou a contar um causo. Me esqueci do suplicante que estava ali e comecei.

“Olha gente, vou narrar nesse momento um causo acontecido no Ceará em 1927. Naquele ano, nasceu em uma cidade cearense um galo com chifres. Esse fenômeno chamou atenção da população local. Era uma verdadeiro alvoroço. Toda população citadina queria ver de perto essa aberração. E faziam varios comentá¡rios acerca da deformidade galinacea. Cada um dava sua opinião.”

Vocês, meus queridos internautas não imaginam a verve do nortista e principalmente do povo cearense. São verdadeiros poetas, trovadores, eximios repentistas. Depois de observar todo falatório a respeito da protuberância na cabeça do animal, um vate registrou o caso da seguinte maneira:

Não vale a pena comentar
O que aconteceu ao galo,
Isso é uma coisa muito natural,
Se o galo tem o seu lar
No fundo do quintal
Está sujeito a obedecer
As leis; que regem a vida conjugal.

Ora, se a mulher do galo
É uma galinha,
Então a cabeça do boi era fatal.
Muito cuidado camaradas tomem
A natureza fez assim com o galo
Pode fazê-lo muito bem,
Com o homem.

Quando terminei de contar o causo, olhei para o dito cujo ao meu lado. Foi ai que dei conta da irreverência que tinha praticado. Parece que as mancadas me perseguem, só digo coisas na hora errada e no lugar errado. Essa gafe me deixou totalmente fora de tempo. O jeito foi sair de mansinho…

Anúncios

Meu Amigo Vicente

18 domingo set 2005

Posted by Getrao in Causos

≈ Deixe um comentário

Tags

ceará, ibicaraí, itarantim, paraíba, pernambuco

A vida tem me oferecido muitas surpresas ultimamente. Tem sido um prêmio conhecer novos amigos inteligentes e generosos através deste meu humilde site. As mensagens linsonjeiras que recebo me fazem um bem tremendo. Quem não gosta de ser acariciado com a afeição pública? Eu estou adorando, e muito. Para corresponder a toda essa gentileza, fiquem certos que irei até as raízes do sacrifício, para trazer a vocês leitores, novos divertidos causos.

O causo que vou contar nas linhas que se seguem é uma reminiscência onde preciso fazer ginastica mental para descrevê-lo. A figura pricipal é o meu amigo Vicente. Ele devia ter sobrenome ou outros nomes porém jamais procurei saber.

Conheci Vicente no Hotel Astoria, estabelecimento este que hospedava a maioria dos viajantes que vinham a Itapetinga. Na hora do almoço era aquela Babilônia, onde todos falavam ao mesmo tempo, trocando informações a cerca do comércio e das suas vendas. Sendo hóspede morador deste hotel, muitas vezes tomava parte nas conversas desses vendedores por estar na mesma mesa na hora do almoço. E foi justamente em um desses almoços que lá estava Vicente. Meio tímido, meio calado, ficava mais ouvindo que falando.

Aos poucos fui sabendo das suas atividades. Ele vendia jóias, viajava oferecendo a domicílio relógios, anéis, correntes de ouro e tudo concernente a este ramo. Nessa oportunidade eu lhe disse que vendia alumínio nas feiras, o que me obrigava também a estar sempre na estrada. Conversa vai conversa vem, acertamos ir juntos para “fazer a praça” de Ibicaraí-Ba. Viajamos juntos por muito tempo, eu vendendo alumínio, ele vendendo ouro. Quanta saudade desses bons tempos! Mocidade, aventura e desafio, como combinavam bem os três.

Certa vez, ao chegarmos na cidade de Itarantim-Ba, o ônibus em que viajavamos parou bem em frente a um pequeno hotel. Ao avistar a placa escrita Pensão Duas Irmãs, Vicente foi logo dizendo: “Gosto muito de hotel dirigido por mulher… Vamos para lá?”

– Vamos Vicente – respondi – você é quem manda.

Ao nos aproximar da pensão, uma senhora de meia idade veio nos receber. “Dona, vocês custumam oferecer café aos hospedes quando chegam?” indagou Vicente. “Pois não senhor, vamos fazer agora mesmo um cafezinho cheiroso e gostoso!”, respondeu ela.

Depois de servido o café, a senhora e suas duas filhas vieram sentar-se a nossa mesa. Queriam saber quantos dias ficariamos na cidade e sobre nossos negocios. As moças que estavam sentadas juntas, ao notar o nosso sotaque nordestino, perguntaram: “Os senhores são nortistas, não são?”

Vicente adiantou-se e respondeu: “Somos sim senhorita, meu amigo aqui é paraibano e eu sou cearense“. Uma das moças fazendo cara de espanto disse o seguinte: “Virgem meu senhor, o Ceará é terra em que se come gente!!”

A afirmação prende-se a uma lenda de que houve uma sêca muito grande no século XIX, e então para a sobrevivência de alguns, foi praticado o antropofagismo. Vicente com a maior calma do mundo como quem entedera a pergunta, respondeu com esse disparate: “Nós come dona, nós come mesmo! Nós come no Ceará, nós come em Pernambuco, nós come na Paraíba, nós come em todos os estados do Brasil. Mas nós somos caprichosos, nós come e ampara!”

Esse era meu amigo Vicente…

← Posts mais Antigos

Contador de Visitas

  • 7,332 curiosos

Todos os Causos

  • Um Sonho
  • O Amanhã
  • Noé e O Parafuso
  • Ganhar Dinheiro
  • O Perfume – Parte II
  • O Perfume – Parte I
  • Morada da Surucucu
  • O Sentido da Vida
  • A Volta do Getrão
  • Meu Amigo João
  • A Gafe
  • Peru de Roleta
  • A Pedra de Cristal
  • O Leão Fujão
  • Rua do Melão
  • Dia de Azar
  • Eu Sou Parada!
  • Meu Amigo Vicente
  • Campina Grande
  • O Relógio
  • Edição Esgotada
  • Culpa do Alfaiate
  • O Cão e O Mendigo
  • Sabão Aristolino
  • Kid Chocolate
  • Goiabada de Marca
Anúncios

Blogroll

  • Portal Getro
  • A Poesia Quando Chega
  • Companhia Subversiva
  • Itapetinga News
  • Ferradans Blog
  • Blog do Kalu

Páginas

  • Album de Fotos
  • Despedida
  • O Livro
  • Sobre o Autor
  • Videos

Tags

campina grande ceará itapetinga medo de avião mendigo paraíba pedro pixaco perfume santa rosa são paulo

Comentários

  • maria josé camelier em Sabão Aristolino
  • Edna em Sabão Aristolino
  • nicholas em Sabão Aristolino
  • Dorgelina Souza Oliveira Medeiros em Sabão Aristolino
  • mara correa camargo pinto em Sabão Aristolino
  • Ligia em Sabão Aristolino
  • Marco em Sabão Aristolino
  • dinah em Sabão Aristolino
  • candida em Sabão Aristolino
  • Antonio Jose Viana Neto em Sabão Aristolino

Crie um website ou blog gratuito no WordPress.com.